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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Anita Malfatti *Semana da Arte Moderna de 1922*

Impressionismo e Expressionismo

 Impressionismo e Expressionismo é:

Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura européia do século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet,um dos maiores pintores que já usou o impressionismo.

Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.

A emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura impressionista.

Orientações Gerais que caracterizam a pintura impressionista:

A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
É também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia.
As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor.
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena.

Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo
As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica.

Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas e Auguste Renoir . Poderemos dizer ainda que Claude Monet foi um dos maiores artistas da pintura impressionista da época.

Orientações Gerais que caracterizam o impressionista:

Rompe completamente com o passado.
Inicia pesquisas sobre a óptica / efeitos (ilusões) ópticas.
É contra a cultura tradicional.
Pertence a um grupo individualizado.
Falam de arte, sociedade, etc: não concordam com as mesmas coisas porém discordam do mesmo.

GRANDES PINTORES de paisagem ( MANECO ARAÚJO )

Arte de Di Cavalcanti em crônica musical

sábado, 21 de maio de 2011

Artes: A Lógica do Contexto



Artes: A Lógica do Contexto

 

Não se consome concretamente a arte. Consome-se a ideia de arte. Consome-se o significado da arte. Símbolo. Hoje, ao fazer arte/desenho não tenho aquele mesmo compromisso de nossos ancestrais. Não preciso reproduzir necessariamente imagens da natureza. Não preciso ter um comportamento mimético diante dela.
“Eu sou a natureza” disse o pintor Jackson Pollock enquanto lançava tinta sobre a tela. Se eu acredito nisso, passo a produzir e consumir arte como ideia. Com significado. Vejo signo, compro signo, ouço signo, como signo, respiro signo.
Se eu consumo signo, logo, crio também signo. Se eu consumo tudo, logo, crio também o nada que é a soma de tudo.”
Lembra-se?
Um traço é um signo, sinal de um gesto...
Dentro desse espírito moderno é que puderam surgir artistas como Kandinsky, Picasso, Mondrian, Schwitters, Pollock. Entre outros que desenvolveram seu modo particular de representar as coisas do mundo visível e invisível. Eles não reproduziram a realidade, mas sim, criaram novas realidades.

Arte na Escola Brasileira
Um breve histórico
• Escola Tradicional
• Escola Renovada
• Escola Contemporânea

Escola Tradicional

Aprendizagem pela cópia e fixação pela repetição.
Os modelos são propostos pelo professor
FOCO NO PROFESSOR
Influência dos referenciais da arte neo-clássica.

Arte na Escola Tradicional


Valorização da repetição de modelos

Escola Renovada

Aprendizagem do aluno pela descoberta, com ênfase na expressão individual e experimentação de materiais.Direcionamento do professor para a auto-expressão do aluno.
FOCO NO ALUNO
Influência dos referenciais da arte moderna

Arte moderna brasileira -
Anita Malfatti – Tarsila do Amaral, entre outras
 

Escola Contemporânea

Aprendizagem a partir do fazer artístico, da leitura de produções e reflexão sobre arte. FOCO NO DIÁLOGO ENTRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO CULTURAL. Influência dos referenciais da arte contemporânea
e da globalização.

Arte na educação nos dias de hoje
Hoje o ensino de arte reúne novas propostas e também uma síntese recriadora da escola tradicional e renovada, negando alguns aspectos e integrando outros.

Diretrizes do ensino da arte
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais.

Para o professor poder trabalhar com arte na escola ele necessita:
• Conhecer as Artes Visuais
• Conhecer o papel da Arte na vida das crianças
• Conhecer as orientações didáticas para o ensino da arte

Eixos de aprendizagem significativa
• Fazer - Produção de atividades artísticas
• Apreciar - Leitura de produções artísticas
• Refletir ou Contextualizar - Desenvolvimento de idéias sobre produções artísticas

Conteúdos de Artes Visuais
• Conteúdos conceituais - Cognição
• Conteúdos procedimentais - Ação
• Conteúdos atitudinais – Interação

Arte e os temas transversais

A arte pode participar diretamente das discussões relacionadas aos temas transversais, cabendo ao professor selecionar assuntos significativos para seus alunos, contextualizados na comunidade.Os PCNs propõem os seguintes temas transversais:
• Ética
• Meio ambiente e saúde
• Pluralidade cultural
• Orientação sexual

A Arte e a Interdisciplinaridade

Integrações com outras áreas de conhecimento.

Arte e a matemática: conhecimento de perspectiva, proporção, figuras geométricas e espaço e suas aplicações em produções artísticas;
• Arte e história: o artista, a obra de arte e a contextualização no tempo, relação entre o regional, o nacional e o internacional;
• Arte e língua portuguesa: discussão sobre arte, pesquisa e composição de textos sobre arte, história em quadrinhos, desenho a partir de estórias narradas.

Arte transdisciplinaridade
• Tem como objetivo entender o mundo e levar a educação a participar da valorização do ser humano
• A ação transdisciplinar abrange:

***Aprender a conhecer***
***Aprender a viver juntos***
***Aprender a fazer***
***Aprender a ser***
Conclusões
• A escola precisa ter a preocupação com o ensino e a aprendizagem de arte e sua interação com as demais disciplinas.
• A escola é um dos responsáveis pela formação do educando. Ajuda a desenvolver a consciência de seus potenciais, sua sensibilidade e sua cidadania.
• No contexto do ensino de arte, o educador é agente de transformação. Ele também é responsável em buscar orientações pedagógicas e conhecimentos
para enriquecer sua prática educacional.
• O educador tem o desafio de saber lidar com os materiais artísticos, recriando, investigando e elaborando novas propostas para a sala de aula.



"Só se vê aquilo que se olha"
O que percebemos numa obra  de arte é aquilo que recolhemos em nosso modelo de ver. O homem é inserido numa sociedade, numa linguagem, por onde aprende a ver, pensar e sentir. A linguagem é o dispositivo através do qual ele se apropria das coisas, dos seres, das formas e das cores.


Por Profª: Eliete Gomes Mendes

Artes de todas as Artes - Impresionismo.





           O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. 

 
Principais características da pintura:

 
 * A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
 
 * As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
 
 * As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
 
 * Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
 
 * As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica. 
 
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
 
Principais artistas:

CLAUDE MONET

Incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.  


AUGUSTE RENOIR

Pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.  


EDGAR DEGAS

Sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.


GEORGES SEURAT

        Mestre no pontilhismo.     
      Um dos grandes precursores da arte do século XX, Seurat foi o criador do pontilhismo, técnica neo-impressionista baseada na fragmentação da cor em pontos que, quando tomados em conjunto, definem a forma pictórica. O efeito produzido é semelhante ao da ampliação da retícula fotográfica, pela qual se obtém a granulação da imagem.

       

           No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas.
A influência que recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira. 


"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol"

"Pablo Picasso"

AQUARELA - TOQUINHO - Quem em algum momento da vida, nunca se apaixonou por esta música?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gestão na Escola. Dicas e sugestões de melhores práticas para administrar e otimizar o desenvolvimento da escola brasileira

Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): as escolas têm a obrigação de se articular com as famílias e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais. Porém nem sempre esse princípio é considerado quando se forma o vínculo entre diretores, professores e coordenadores pedagógicos e a família dos alunos.

O relacionamento chega a ser ambíguo. Muitos gestores e docentes, embora no discurso reclamem da falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos - com alguns até atribuindo a isso o baixo desempenho deles - não se mostram nada confortáveis quando algum membro da comunidade mais crítico cobra qualidade no ensino ou questiona alguma rotina da escola. Alguns diretores percebem essa atitude inclusive como uma intromissão e uma tentativa de comprometer a autoridade deles. Já a maioria dos pais, por sua vez, não participa mesmo. Alguns por não conhecer seus direitos. Outros porque não sabem como. E ainda há os que até tentaram, mas se isolaram, pois nas poucas experiências de aproximação não foram bem acolhidos e se retraíram.

No Brasil, o acesso em larga escala ao ensino se intensificou nos anos 1990, com a inclusão de mais de 90% das crianças em idade escolar no sistema. Para as famílias antes segregadas do direito à Educação, o fato de haver vagas, merenda e uniforme representou uma enorme conquista. "Muitos pais veem a escola como um benefício e não um direito e confundem qualidade com a possibilidade de uso da infraestrutura e dos equipamentos públicos. Isso de nada adianta se a criança não aprender", afirma Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em São Paulo.

A escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar contas do seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos. "Os educadores precisam deixar de lado o medo de perder a autoridade e aprender a trabalhar de forma colaborativa", afirma Heloisa Szymanski, do Departamento de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Um estudo realizado pelo Convênio Andrés Bello - acordo internacional que reúne 12 países das Américas - chamado A Eficácia Escolar Ibero-Americana, de 2006, estimou que o "efeito família" é responsável por 70% do sucesso escolar. "O envolvimento dos adultos com a Educação dá às crianças um suporte emocional e afetivo que se reflete no desempenho", afirma Maria Amália de Almeida, do Observatório Sociológico Família-Escola, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mas o que significa uma parceria saudável entre essas duas instituições? Os pais devem ajudar no ensino dos conteúdos e os professores no dos bons modos? Claro que não. A colaboração que se espera é de outra ordem. "O papel do pai e da mãe é estimular o comportamento de estudante nos filhos, mostrando interesse pelo que eles aprendem e incentivando a pesquisa e a leitura", diz Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo mineiro e um dos redatores do ECA. Para isso, é preciso orientar os pais e subsidiá-los com informações sobre o processo de ensino e de aprendizagem, colocá-los a par dos objetivos da escola e dos projetos desenvolvidos e criar momentos em que essa colaboração possa se efetivar.

Quando o assunto é aprendizagem, o papel de cada um está bem claro - da escola, ensinar, e dos pais, acompanhar e fazer sugestões. Porém, se o tema é comportamento, as ações exigem cumplicidade redobrada. Ao perceber que existem problemas pessoais que se refletem em atitudes que atrapalham o desempenho em sala de aula, os pais devem ser chamados e ouvidos, e as soluções, construídas em conjunto, sem julgamento ou atribuição de culpa. "Um bom começo é ter um diálogo baseado no respeito e na crença de que é possível resolver a questão", acredita Márcia Gallo, diretora da EME Professora Alcina Dantas Feijão, em São Paulo, e autora do livro A Parceria Presente: A Relação Família-Escola numa Escola de Periferia de São Paulo.

Visando ajudar você a dar os passos necessários para cumprir o dever legal e social de ter um relacionamento de qualidade com as famílias, NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR elaborou uma lista com 13 ações, que vão desde o acolhimento no começo do ano letivo até as atividades de integração social.

1. Apresentar a escola e funcionários para a família
Convidar os pais para conhecer as instalações e, principalmente, a equipe pedagógica e os funcionários é fundamental para que eles se apropriem do espaço e se sintam à vontade para fazer parte dele. Esse momento pode acontecer antes ou após a matrícula e serve para que os gestores exponham o funcionamento e a rotina da escola e informem sobre as atividades extraclasse. Explique a finalidade de cada ambiente e a função dos profissionais que ali trabalham, apresentando-os pelo nome. Aproveite para compartilhar as regras de funcionamento previstas no Regimento Escolar. Ao comunicá-las aos pais, abre-se um canal de diálogo sobre os direitos e deveres de cada um. Se possível, faça com que os professores conheçam os familiares antes do início das aulas.
2. Entrevistar os pais e os alunos
Conhecer para quem se trabalha. As matérias-primas de qualquer relação humana são o interesse, a compreensão e o respeito. Para que a escola tenha uma parceria efetiva com as famílias e direcione as ações que favoreçam a aprendizagem, ela precisa saber quem é o seu público. O ato da matrícula é o momento ideal para a primeira entrevista. Aborde assuntos como a história de vida da criança e a experiência escolar anterior. Conversas individuais com pai e mãe ao longo do ano ajudam a identificar as habilidades dos alunos que possam ajudar professores e coordenadores a traçar as melhores estratégias de ensino. "O princípio do educador é acreditar no ser humano. Toda criança tem um potencial e a colaboração com as famílias é um atalho para descobrir uma forma eficaz de cada aluno avançar", afirma a psicopedagoga Valéria Dias Gomes, do Centro Universitário do Triângulo, campus Uberlândia, a 550 quilômetros de Belo Horizonte.
3. Expor o currículo e os projetos
No documento mais importante da escola, já devem estar previstas as possíveis contribuições das famílias. Exemplos: pais, mães e avós podem ser convidados para falar durante o desenvolvimento de atividades sobre profissões e brincadeiras de infância. Dessa forma, a escola valoriza os conhecimentos da comunidade e fortalece o vínculo com ela. No projeto político pedagógico, podem estar listadas outras ações institucionais, como campeonatos entre pais, oficinas em que a família constrói brinquedos, rodas em que os pais contam histórias ou escutam as lidas pelos alunos e os eventos de finalização dos projetos desenvolvidos pelas turmas com a presença dos pais.
4. Fazer uma reunião de pais focada no ensino
"A reunião para falar mal dos estudantes e compartilhar somente problemas não serve para nada. Os encontros devem mostrar as intenções educativas da escola e a evolução da aprendizagem e discutir estratégias conjuntas para melhorá-la", acredita Pedro de Carvalho da Silva, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, em Portugal. Durante a pesquisa As Escolas e as Famílias em Portugal - Realidade e Perspectivas, com famílias consideradas ausentes da Educação dos filhos, o professor verificou que o principal motivo da não-participação era a pauta das reuniões: "Elas eram chamadas para ouvir comentários negativos sobre os filhos ou sobre a maneira de educar em casa". Na EE Leopoldo Miranda, em Belo Horizonte, o foco dos encontros é sempre a aprendizagem. E isso desde a primeira reunião, em que os pais dos 1,4 mil alunos ocupam o pátio da escola. No evento, a diretora, Lilianne Marino, entrega o calendário e as regras da escola e apresenta o projeto político pedagógico. Ela faz um balanço do ano anterior e informa sobre as metas, organizadas em uma planilha e classificadas por cores: em verde estão as que foram atingidas e em vermelho aquelas em que a escola precisa melhorar. Nas outras reuniões, os pais são convidados para ver produções dos filhos e recebem um relatório sobre os avanços na aprendizagem.
5. Marcar encontros em horários convenientes aos pais
Uma medida simples e bastante eficiente para garantir uma reunião com um quórum significativo é marcá-la em data e hora que permitam aos pais comparecer. Todos sabem que homens e mulheres enfrentam duplas jornadas, dividindo o dia entre os afazeres de casa e os profissionais. Não adianta agendar a reunião para as 15 horas de uma quarta-feira porque a sala ficará vazia. O ideal é fazer uma enquete com as famílias para saber quais são os horários mais adequados à maioria. Informe com antecedência o dia do encontro, assim como a pauta, o tempo de duração e os momentos previstos para as falas de pais, gestores e professores.
6. Expor a produção dos alunos
Ao compartilhar com a comunidade o que as crianças fazem em sala de aula, os gestores mostram o que importa no processo. É possível expor as produções dos alunos nos diferentes espaços da escola e da comunidade durante o ano, de modo que todas as turmas tenham a possibilidade de mostrar o que aprenderam. Assim, os alunos saberão respeitar as atividades realizadas pelos colegas e os pais terão a oportunidade de acompanhar a produção dos filhos. Portfólios, cadernos, avaliações e trabalhos coletivos e individuais são os registros materiais que documentam os avanços da garotada. Eles devem estar sempre em ordem, apresentáveis e disponíveis para os pais.
7. Informar a comunidade sobre o desempenho da escola
Ferramentas tradicionais, como murais, bilhetes, diário dos alunos e demais comunicados impressos, são instrumentos que servem para informar sobre o funcionamento da escola, prestar contas, convocar reuniões e compartilhar os projetos em andamento. Na era da informática, as escolas com computador e acesso à internet podem ter outros canais de comunicação que facilitem a interação. A criação do site da escola com espaço para comentários dos visitantes, de listas de discussão, fóruns e blogs é um exemplo. Os resultados de avaliações como a Prova Brasil e as feitas por sistemas estaduais e municipais, pela importância que têm para o diagnóstico da escola e o planejamento de ações futuras, não devem ser comunicados por escrito. Eles merecem ações mais formais de divulgação. Para eles, convoque uma reunião específica com pais, funcionários e equipe pedagógica da escola para discutir os dados.
8. Abrir uma Associação de Pais e Mestres
As associações de Pais e Mestres APMs são organizações da sociedade civil que dão apoio às questões financeiras em prol das necessidades pedagógicas e administrativas. Enquanto os conselhos têm uma função basicamente consultiva, as APMs constituem, pela sua natureza jurídica, os braços executores. Elas podem receber recursos públicos vindos de programas oficiais - como o Programa Dinheiro Direto na Escola, do governo federal, e outros específicos das redes às quais pertencem - e têm a possibilidade de arrecadar contribuições da comunidade. Além dos pais, elas serão mais representativas se contarem com a presença de professores que ainda estão na ativa e aposentados, alunos e ex-alunos que ainda mantenham vínculo com a instituição e moradores e empresários da comunidade. A participação deve ser aberta a todos os interessados. Contudo nada impede que um convite pessoal seja feito para aqueles que acompanham mais de perto a vida da escola. Algumas redes estaduais e municipais têm normas que regulamentam a formação das APMs. Procure se informar sobre o estatuto da sua região na Secretaria de Educação e procure os materiais distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC).
9. Incentivar a participação no conselho escolar
É no conselho escolar que são debatidas a aplicação dos recursos financeiros, a compra de materiais pedagógicos e as estratégias adequadas para a superação dos mais variados problemas relacionados com o dia a dia da instituição. Quando ele é bem estruturado, ajuda o gestor a definir a personalidade da escola. Os conselheiros passam a ser verdadeiros parceiros na tomada de decisões para a melhoria da qualidade do ensino, tornando a gestão mais democrática. Algumas redes têm normas que regulamentam a formação dos conselhos. O MEC também disponibiliza material para a implantação nas escolas. O conselho da EMEF Jean Piaget, em Porto Alegre, é muito ativo graças à integração entre gestores e famílias. "Desde o início, chamamos para participar pais e professores que tinham uma forte ligação com a escola e a comunidade. Como estavam sempre presentes, já sabiam das necessidades e estavam dispostos a colaborar por um objetivo comum", conta a vice-diretora, Sabrina Garcez. Em uma das reuniões, os gestores mostraram o quanto a evasão prejudicava a avaliação e a imagem da escola. Os membros do conselho decidiram conversar com as famílias. Foi assim que Mário Virgulino e Nilza Satim conseguiram que Everton Gabriel Araujo, neto de Maria Lurdes Macedo, retornasse às aulas. "Em dois anos, reduzimos em 95% a evasão e o nosso projeto se tornou modelo para a cidade", afirma Paulo Alécio Muhl, diretor da Jean Piaget.
10. Emprestar o espaço para eventos da comunidade
A escola pode abrir a quadra, o pátio e até as salas de aula para pais e vizinhos e oferecer atividades esportivas, culturais e sociais quando esses ambientes não estiverem sendo utilizados pelos alunos. Para que essa iniciativa dê certo, é preciso que a gestão estabeleça normas claras e organize os horários adequados para garantir a segurança dos usuários e do patrimônio, além da utilização compatível com os objetivos da escola. Essa ação tem sido transformada em políticas públicas por algumas redes, que a incentivam e dão subsído para que ela aconteça, na medida em que atende a uma necessidade do público por um lugar organizado para o lazer. A comunidade, por sua vez, passa a respeitar o espaço que utiliza.
11. Criar uma escola de pais com palestras e debates
"Sempre que possível, a escola deve ser uma referência para as famílias, ajudando-as a compreender melhor os filhos e a realidade. Ela pode levantar o debate sobre as questões sociais e culturais mais presentes no cotidiano da comunidade", acredita Maria do Carmo Brant, do Cenpec. Encontros com especialistas em saúde, nutrição, aprendizagem, higiene e debates sobre violência e psicologia infantil são assuntos que interessam a todos. Além disso, é uma forma de, por meio da informação e da análise, favorecer a transformação do entorno.
12. Visitar as famílias em casa
Sair da escola para conhecer o bairro, a residência e os pais dos estudantes pode ser uma experiência e tanto para gestores e docentes. Com essa prática, eventuais problemas de comportamento ou dificuldade em sala de aula têm mais chances de ser compreendidos e resolvidos. Em Taboão da Serra, município da Grande São Paulo, o Programa de Interação Família e Escola, no qual professores e diretores visitam a casa dos alunos, transformou a realidade do município e da Educação local, melhorando a aprendizagem e reduzindo a evasão. Para que uma iniciativa assim dê certo, é preciso organizar um calendário e verificar quais membros da equipe estão dispostos a participar, assim como as famílias que aceitam receber os educadores.
13. Promover festas e comemorações
Assim como as atividades esportivas e culturais, as festas não devem ser as únicas oportunidades para contar com a presença de pais e mães na escola. Contudo, elas são ótimas chances para criar uma relação mais próxima e conversar sobre os filhos. As famílias mais presentes até assumem a organização de eventos e outras iniciativas propostas pela escola. Na EMEF Jesus de Nazaré, em Açailândia, a 600 quilômetros de São Luís, pais como José Silva dos Santos estão sempre presentes para ajudar no dia a dia da escola. Em eventos como a tradicional Festa Junina, ele aproveita para pendurar bandeirinha com o professor de Educação Física, Ezau Souza, e conversar sobre o desempenho do filho. "A presença deles nas comemorações é só parte do que acontece durante o ano todo", diz a diretora, Marta Gomes. A política de portas abertas da gestora deixa os pais à vontade para que frequentem a escola não somente nas reuniões, mas sempre que precisam tirar dúvidas e se informar sobre os filhos. "Deixo claro que não há ninguém melhor do que eles para cobrar o bom desempenho dos professores e da equipe gestora." Porém alguns cuidados são necessários ao planejar as comemorações: as festas não podem desrespeitar a liberdade religiosa das famílias nem ter participação obrigatória.

Nova-Escola

01/09/2009

Texto por: Gustavo Heidrich